Podcast do PublishNews conversou com Leonardo Garzaro e Leonardo Pinto Silva, dois dos nomes por trás da editora que pretende trazer títulos inéditos e focar na literatura nórdica
Abrir um novo negócio em um momento de crise, cheio de incertezas, não é uma tarefa fácil. A editora Rua do Sabão é um exemplo: as conversas sobre a editora começaram em setembro passado, o processo foi acelerado em janeiro e, em maio, no olho do furacão, lançaram o primeiro livro. Para falar sobre a nova editora, suas inspirações, referências e projetos, o podcast do PublishNews conversou com Leonardo Garzaro e Leonardo Pinto Silva, dois dos nomes por trás da Rua do Sabão.
A inspiração para o nome da editora surgiu de um logradouro que existiu no Rio de Janeiro até os anos 1940 e que virou ponto de encontro da literatura brasileira. Naquela época, a rua abrigou editoras, livreiros e escritores e reuniu românticos, realistas, simbolistas e parnasianos, que frequentavam a Livraria do Martins e disseminavam a cultura literária nacional e internacional.
Já a editora Rua do Sabão tem como missão trazer títulos inéditos, usando traduções diretas do original e descobrir novos talentos literários. Além disso, irá focar também na literatura norueguesa – que já virou o carro-chefe da editora e que terá um selo voltado especificamente para a literatura nórdica em geral, o Hiperbórea. “Já temos alguns títulos que já estão traduzidos, em processo de revisão e preparação e que devem ser lançados em breve”, adiantou Pinto Silva, tradutor da editora. Sobre a escolha da literatura nórdica ele explicou: “primeiro que é uma fonte inesgotável de literatura de qualidade”, começou. “Outro fator é que os nórdicos, além da literatura de qualidade, esses países oferecem às editoras do mundo inteiro – isso é política de Estado de cada um desses países – fomento para que essa literatura seja traduzida e publicada nesses lugares. Isso é um incentivo muito importante. Em alguns casos, o custo de produção do livro é muito caro e fica inviável. Esses países oferecem a possibilidade de que esse custo seja diluído ou até mesmo zerado”.
Sobre como tem sido o início da editora em meio a pandemia do novo coronavírus, Leonardo Garzaro contou que desde o começo eles já tinham decidido não vender os livros nas livrarias. “Observando o mercado sempre fui absolutamente contra a consignação, acho que isso é uma distorção do mercado editorial brasileiro”, explicou o editor. “A gente já pensava em trabalhar exclusivamente com venda direta, tanto no nosso site, quanto dentro dos marketplaces”, completou. Assim, a única coisa que mudou por conta da pandemia foi o plano de realizar grandes lançamentos presenciais e tardes de autógrafos.
Uma das missões da Rua do Sabão é descobrir novos talentos literários. Na conversa, Garzaro contou que o que eles esperam fazer de diferente é dar uma atenção especial para os novos autores. “Não deixar nenhum autor sem resposta, dar uma resposta clara caso o livro não seja selecionado e principalmente encontrar novos autores e novos trabalhos”, disse. Ele adiantou ainda que a editora também pretende fazer chamadas públicas para encontrar novas obras.
Todos os livros da Rua do Sabão já têm suas versões em e-book, e para os audiolivros, a editora fechou uma parceria com a Tocalivros para também lançar nesta versão, simultaneamente.
As semelhanças e diferenças entre os países nórdicos e o Brasil, os livros que estão por vir, as estratégias de marketing e os bastidores desse início da editora também fizeram parte da conversa.
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